Neto se coloca à disposição para apresentar ideias mas diz que Jerônimo busca culpados ao falar de segurança pública
Ex-prefeito de Salvador e atual presidente da Fundação Índigo, ACM Neto (União) garante que não há problema em discutir e apresentar soluções ao governador Jerônimo Rodrigues (PT) no campo da segurança pública. Crítico fervoroso das ações realizadas pelo governo da Bahia na temática, ele alega que não tem dificuldade em dialogar, desde que as intenções do gestor estadual sejam sinceras. Para Neto, no entanto, o petista sempre adota tom de provocação e busca “culpados e desculpas” ao falar da segurança.
“Eu vi a declaração dele e não foi exatamente assim, né? Se fosse assim, se fosse nesse tom, eu estaria totalmente à disposição para contribuir com o governador, não teria nenhuma dificuldade de resgatar, inclusive, as propostas que nós trouxemos no nosso plano de governo, que ainda estão muito atuais em relação à segurança pública. Foi um dos temas que eu mais me debrucei, que nós estudamos profundamente, buscamos a contribuição de técnicos de todo o Brasil. Trouxe o espelho do que vem acontecendo no estado de Goiás, não apenas porque Caiado é meu colega de partido, mas principalmente pelos resultados, os números da redução da violência no estado de Goiás. Então, a gente tem um conjunto de ideias que estão super atuais, que integraram o meu plano de governo e que eu teria o maior prazer de colocar essas ideias à disposição do governador e da sua equipe. Agora, desde que seja um desejo da parte dele sincero e não uma colocação em tom de provocação ou de desviar o foco central do debate”, disse o ex-prefeito.
A declaração foi feita na manhã desta terça-feira (26) durante um evento que apresentou uma série de agendas que vão ser realizadas pela Índigo na Bahia. A fundação é classificada como braço de formação, estudos e pesquisa sobre políticas públicas do União Brasil. O foco é a preparação novos líderes políticos e gestores públicos.
Neto também afirmou que seu grupo político, os oposicionistas, não tem adotado discurso “político eleitoral”. “Ao contrário, quem está procurando construir uma narrativa para se afastar da responsabilidade é o governador”, afirmou.
“Eu nunca tive dificuldade de dialogar, ao contrário, claro que, repito, a gente tem que saber quando o desejo do diálogo é sincero e quando isso pode resultar em alguma coisa. Se fosse no tom da sua pergunta, eu já estaria sentado com ele, não tenha dúvida. Mas, infelizmente, toda vez que ele faz isso ou que ele coloca isso, é sempre em um tom de provocação, é sempre em um tom de tentar rebater, é sempre em um tom de buscar culpados ou desculpas. E não é assim, até porque esse é um tema tão importante hoje para a Bahia, é um tema tão importante hoje para Salvador e para tantas cidades da Bahia, que a gente tem que tirar isso da disputa política eleitoral. Agora, se houver em algum momento sinceridade, um desejo e uma disposição concreta de obter contribuições, sugestões, propostas e ideias, eu estou inteiramente a disposição”, finalizou ACM Neto.
“O meu papel é de ator político”, diz ACM Neto sobre fazer oposição e críticas a governo Jerônimo
O ex -prefeito de Salvador, ACM Neto, comentou nesta terça-feira (26), sobre o papel da oposição e as críticas que ele faz a gestão do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT). A declaração de ACM Neto chega após Jerônimo acusar o ex-gestor da capital baiana de não descer do palanque e minimizar suas críticas a gestão estadual.
Neto disse que para governar é preciso ter a oposição e que o seu papel deve ser de criticar e questionar. O ex-prefeito contou que, em determinados momentos, deve continuar fazendo cobranças e críticas em tons mais duros.
“Para governar precisa ter a oposição que tem que cumprir o seu papel de criticar e questionar. E eu vou fazer isso no tom que for necessário. E você vai sempre fazer num tom muito duro de muita cobrança? Depende. Pode ser até que em alguma coisa, em algum momento haja razão para eu elogiar alguma coisa que o governo faça e eu não vou deixar de fazer isso se for merecedor do meu elogio”, ponderou.
Neto disse ainda que sua atual função, além de fazer oposição ao governo, passa também pela gestão da Fundação Íngido. O secretário do União Brasil disse que seus dois papéis servem para discutir temas importantes da política e que tem o “papel de ator político”.
“E fazer um trabalho que veja e é importante ficar muito claro é um trabalho político também tá certo Fundação, ela é vinculada a um partido político. Claro que a gente vai procurar seguir esse caminho é de não misturar as coisas apenas por uma precaução minha de querer valorizar nesse caso porque o que acontece se a gente vai a qualquer lugar e fica tudo muito misturado a política acaba sempre dominando. Como num bate-papo aqui nosso se deixar a gente só fala de política, então é muito mais para proteger e blindar a necessidade de se fazer um debate sério sobre temas importantes com uma visão de aproximar. Construir pontes com academia. Exclusivamente por isso agora o meu papel é um papel de ator político e eu não vou me separar disso”, esclareceu.
Fonte: Bahia Notícias