Medalhistas em mundiais e paralimpíadas retomam treinos no CT de São Paulo
Com uma série de protocolos sanitários e de distanciamento, integrantes da Seleção voltam à preparação para Tóquio
Após quase quatro meses afastados de qualquer atividade no CT Paralímpico de São Paulo, a rotina de treinos improvisados em casa termina nesta semana para quatro atletas da Seleção paralímpica de tênis de mesa: Israel Stroh e Jennyfer Parinos foram os primeiros da equipe permanente do Brasil a terem atividades no local, nesta segunda-feira (13.07). Outras duas mesatenistas – Bruna Alexandre e Danielle Rauen – retomam os treinos ao longo da semana (confira entrevista com Danielle Rauen). Os quatro são integrantes da Bolsa Pódio, categoria principal do programa Bolsa Atleta, da Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania.
Em função da da pandemia do novo coronavírus, apenas alguns atletas foram autorizados a voltar pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), todos medalhistas em mundiais ou em JOgos Paralímpicos. Os cadeirantes, que pertencem ao grupo de risco, por enquanto esperam em casa, até que sejam estabelecidos índices seguros para o retorno aos treinos presenciais.
Os dois atletas que iniciaram os treinos nesta segunda foram cercados de uma série de cuidados. Eles já haviam sido submetidos a testes antes das atividades. Passaram por túnel de desinfecção e tiveram as temperaturas medidas. O horário de trabalho é fixo e não pode ser estendido. O espaço, normalmente utilizado por cerca de 30 atletas nas mesas e outras dezenas aguardando, será destinado apenas a estes quatro na primeira fase. Bolinhas, raquetes e mesas precisam ser constantemente higienizados.
“É uma sensação de alívio. Primeiro pelo choque, depois pelas notícias e até a cogitação de cancelarem os Jogos Paralímpicos. Estávamos vendo nossos adversários treinando e ficar parado assim é ainda pior. Agora podemos reagir, e, por mim, estou disposto a não parar mais”, diz Israel Stroh, classificado para a Paralimpíada de Tóquio na classe 7.
“Estamos acostumados a enfrentar desafios. A orientação era esperar, ficar quieto. Vai contra a natureza. Eu aproveitei o tempo e o adiamento dos Jogos para estudar. Conteúdo da faculdade, marketing, até bolsa de valores. Se não podia treinar, procurei outras formas de crescer”, revela.
Paulo Molitor, técnico da Seleção paralímpica, afirma que, neste primeiro momento, alguns cuidados especiais serão tomados com o treinamento dos atletas: “Eles já estavam treinando em casa, agora vamos fazer pessoalmente. Mas vamos voltar de forma gradual, até eles retomarem o condicionamento ideal. Vamos dar muita ênfase na parte física nesse primeiro momento”.
Fonte: Confederação Brasileira de Tênis de Mesa (CBTM)